Temperaturas amenas têm sido frequentes, preocupando os comerciantes que já estão com seus estoques nas lojas à espera dos clientes e com os pagamentos destas compras começando a vencer. Mas não são só eles. Até os camelôs do Calçadão da Andrade Neves reclamam da falta de frio.

Ronaldo da Silva, que acabou vindo de fora para morar em Pelotas, diz que as vendas dos cobertores que oferece nesta época do ano no Calçadão estão muito fracas. “Dá só para pagar as contas”, resume, avaliando que as vendas estão bem abaixo do ano passado. Próximo dele, meias de lã e gorros também esperam pelos compradores. “O povo só compra quando esfria mesmo”, completa Silva.

Na loja de confecções e produtos para cama, mesa e banho, a gerente Alexandra Ferreira conta que o estoque está 100% pronto, mas as vendas estão muito devagar. “Se o frio não vier, vamos ter que demitir”, lamenta Alexandra, explicando que as vendas caem depois do Dia dos Namorados, comemorado em 12 de junho.

A dona de casa Rejane Bugs, acompanhada pela filha Bianca, moradoras nas Três Vendas, buscava um presente na tarde de ontem. De bermudas e blusa de manga curta, Rejane disse que estava escolhendo uma roupa de meia estação. “Quando vier o frio, eu compro”, disse, referindo a peças grossas. Na tarde da sexta-feira os termômetros marcavam acima dos 20 graus.

Com roupas leves e poucos pacotes, os consumidores circulavam na área central. O vendedor Iago Konrath foi mais um que lamentou a falta de frio. “Tá prejudicando muito”, disse, citando que roupas pesadas para Inverno ainda não chegaram e que o investimento para o frio foi menor neste ano. “Estamos segurando um pouco”, completou.

Na loja de eletrodomésticos e similares, os fogões à lenha é que são procurados, ao contrário das lareiras. Segundo o gerente Leandro Barcelos, com preços a partir de R$ 1.299,00, eles são procurados antes do frio, porque exigem o trabalho de instalação. “Eles só buscam aquecedores quando esfria mesmo”, conta.